Minuto DH – Suicídio

SUICIDIO

 CAUSAS, COMO IDENTIFICAR E AJUDAR

 1-   Introdução

Setembro é o mês da Campanha de Prevenção ao Suicídio, pois no dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio

Com isso as empresas movimentos os seus departamentos de RH para estimular os seus funcionários a ajudarem tanto na empresa como na sociedade a prevenir essa situação.

O ato de suicidar-se está relacionado a um longo processo de dor, desapontamento e sofrimento, afinal é a escolha feita por alguém que chegou ao limite total das suas próprias emoções.

Ele é visto como uma fuga de momentos dolorosos demais para se lidar ao longo da vida, ou seja, é um refúgio de problemáticas e sofrimentos insuportáveis.

Trata-se de um movimento proposital provocado em si mesmo, com o intuito de terminar com a dor que tanto aflige.

Isso pode ser provocado de diversas formas, pois é uma ação de desespero que visualiza na morte a chance de um descanso psicológico e físico.

O comportamento suicida tem total ligação com as demandas psicológicas de uma pessoa, afinal esse desejo de findar a própria vida vem de uma insatisfação consigo mesmo e com a sua existência no mundo.

 

 

  • Causas

 

As causas do suicídio podem ter inúmeras motivações, sendo algumas complexas demais para identificarmos, especialmente ao ocorrerem com outras pessoas.

Quando tomam a decisão de retirar a própria vida, as pessoas ao redor passam a se perguntar sobre as razões e o que fez contribuir para que a tragédia acontecesse.

Os motivos do suicídio podem ser muito turvos, mas eles sempre vêm de um lugar de muitos acúmulos, seja de dor, arrependimento, luto ou até de alguma perda.

A pessoa com esses sentimentos negativos certamente passa ou passou por sérias questões psicológicas necessárias de atenção e acompanhamento constante.

Pensando nisso, listamos abaixo alguns possíveis transtornos de ordem mental e situações específicas que podem acarretar esse tipo de comportamento.

Ter consciência dessas possibilidades e dos seus sintomas pode ajudar na prevenção do suicídio.

2.1. Depressão

É impossível apontar as causas exatas para o transtorno depressivo, pois suas motivações dependem do contexto, histórico biológico e psicológico de cada pessoa.

Entretanto, é muito possível entender as facetas do transtorno e como ele pode gerar tendências suicidas nas pessoas.

A depressão pode surgir a partir de uma rotina de estresse, frustrações e cobranças pesadas que imprimem na pessoa a sensação de insuficiência, deixando-a profundamente triste com tudo que se relaciona a ela mesma.

Essa falta de amor por si mesmo e pelas próprias atitudes está diretamente ligada ao desequilíbrio da autoestima, algo que afeta consideravelmente nossas relações com as pessoas ao redor.

Nos sentirmos desconfortáveis com nós mesmos e com os resultados que estamos oferecendo ao mundo faz com que busquemos uma solução rápida e eficaz, afinal é um sofrimento grande e constante.

Essas “soluções” podem incluir automutilação, como uma espécie de punitivismo para si, ou questões mais drásticas como a tentativa de suicídio, em uma busca de fazer com que toda a frustração e as decepções cessem.

Sendo assim, a depressão, que consiste nessa tristeza e insatisfação profunda, pode engatilhar muito a necessidade de retirar a própria vida, fazendo com que a pessoa aja de forma agressiva ou nociva contra si mesma.

2.2. Transtorno de Bipolaridade

O transtorno de bipolaridade se baseia na alternância constante entre a profunda tristeza e uma certa euforia extrema.

Esse tipo de perturbação pode causar uma série de comportamentos característicos, como uma irritabilidade em excesso, pensamentos suicidas, dificuldade em estabelecer o foco e muitas outras que atrapalham o dia a dia.

Por percorrer estados extremos das suas próprias emoções, a pessoa bipolar pode acabar adquirindo fortes sintomas de depressão e vontade de suicidar-se.

É muito angustiante para ela viver com esse desequilíbrio emocional, então é comum que parta para fugas mais diretas, como o uso de drogas, álcool e remédios controlados.

Esse comportamento alimenta o quadro depressivo, além de elevar muito a sua impulsividade. Pontos esses que podem colaborar para as tentativas suicidas.

2.3. Esquizofrenia

A esquizofrenia se trata de um transtorno mental que acaba afetando as habilidades sociais e pessoais de alguém, uma vez que ela enfrenta dificuldades de pensar, se expressar e até absorver certas coisas.

Pessoas que lidam com esse tipo de perturbação podem ter alucinações recorrentes que guiam seus comportamentos ou ainda as deixam desnorteadas com relação aos seus próprios sentimentos e comportamentos.

Essas situações distanciam a pessoa da realidade e a confundem profundamente, ao ponto de buscar, desesperadamente, formas de aliviar essa sensação estranha.

Há quem consiga buscar ajuda em tempo hábil. Entretanto, existem também as pessoas que recorrem ao álcool ou uso de drogas mais pesadas para lidar com o próprio sofrimento.

Colocar-se nessa situação pode piorar o próprio quadro, agravando a confusão interna, além de criar dependência por essas substâncias e forçar a pessoa a tomar decisões mais drásticas.

Além disso, alguém com esse distúrbio ainda pode acabar optando por tirar a própria vida, uma vez que suas alucinações tornam-se insuportáveis ou até encorajam ela a cometer o suicídio.

2.4. Transtorno de Personalidade

O transtorno de personalidade inclui uma série de comportamentos e padrões psicológicos que podem atrapalhar e, efetivamente, transtornar a vida de alguém.

Ele se ramifica em uma série de tipos, podendo abranger inúmeros sintomas diferentes que, sem tratamento, podem evoluir para quadros ainda mais graves.

Esse tipo de distúrbio tem como característica o desajuste de emoções e comportamentos, fazendo com que a pessoa que o enfrenta encontre dificuldades de lidar com relações interpessoais e, também, consigo mesmas.

Alguns transtornos mais específicos, como o Borderline, costumam ter mudanças muito repentinas de humor, tornando as suas habilidades sociais limitadas.

O quadro da pessoa com transtorno de personalidade pode elevar muito os seus limites sobre as situações e até sobre si mesma, uma vez que ela não consegue se relacionar e agir da forma que gostaria.

Isso é o suficiente para que elas enfrentem tendências suicidas ou pensamentos intrusivos com relação a sua própria vida.

2.5. Transtorno relacionado ao abuso de substâncias ilícitas e álcool

Esse tipo de transtorno nem sempre é relacionado ao suicídio, pois muitas vezes a causa da morte em si é constatada como overdose.

O transtorno ligado ao uso excessivo de drogas ilícitas e álcool refere-se ao uso exagerado dessas substâncias, causando, muitas vezes, uma forte dependência.

O uso de drogas e do próprio álcool, a longo prazo, pode exigir mais e mais da pessoa, pois o seu corpo passa a criar certa resistência sob os efeitos das substâncias, fazendo com que ela parta para algo mais pesado.

Isso cria uma reação em cadeia até o corpo não carregar mais controle algum sobre si mesmo, reagindo com doenças físicas e também psicológicas.

Ao chegar nesse limite, a pessoa acaba não sabendo como lidar com suas próprias questões, suas inseguranças e dificuldades.

É nesse momento que pode começar a cogitar ou efetivar o suicídio através das próprias substâncias.

2.6. A Problemática das redes sociais

As redes sociais podem ser fatores determinantes para os pensamentos suicidas.

Primeiramente, por ser um espaço onde as pessoas expõem o que quiserem. Por poderem compartilhar pensamentos e conteúdos dos mais variados, acaba se criando uma liberdade excessiva.

Isso é perigoso porque nos deixa mais sujeitos a críticas, ataques, discussões e até exposições involuntárias.

Esses aspectos nos engatilham e reforçam pensamentos negativos sobre nós mesmos, provocando sentimentos autodestrutivos e muito perigosos.

Comparar nossas vidas com a dos outros já se tornou rotina por causa das redes e tem sido cada vez mais difícil se desprender da ideia das outras pessoas sobre nós.

A internet é um ambiente tóxico e ela pode acabar nos puxando para baixo, dependendo da situação em que nos encontramos e das que nos colocam.

Sendo assim, as redes também fazem parte dos maiores motivos que levam ao suicídio, afinal elas encorajam muitos comportamentos e sentimentos influenciadores.

Mulheres e a autocomparação

Mulheres são ensinadas desde cedo a cumprir com certos padrões de beleza e comportamento, tendo sempre enormes expectativas voltadas a sua direção.

Lidar com a rotina da casa, do trabalho e com as suas próprias demandas já é muito difícil. Ter ainda que lidar com a pressão de manter-se dentro dessas expectativas é além de limitante.

Com o uso das redes e o longo alcance das mídias ficou ainda mais complicado fugir dessas imposições, então ao invés de evitá-las, passamos a tentar aderi-las.

 

A autocomparação acabou, então, se tornando uma prática diária e totalmente autodestrutiva para mulheres, principalmente.

A insistência desses sentimentos podem fazer essas pessoas se sentirem muito menores e desmerecedoras de qualquer coisa, especialmente por tentarem cumprir com expectativas sem atingir os resultados esperados.

O desenvolvimento de doenças graves como depressão e transtorno de ansiedade podem ocorrer devido à constância dessas emoções degradantes e isso  ainda pode levar a pensamentos mais obscuros relacionados à morte.

  1. Como identificar que alguém está nesse processo?

Não existe realmente um padrão típico de comportamento para alguém que é suicida, mas existem sinais de alerta comuns. Você pode ver um ou mais desses em alguém que pensa em suicídio. Estes são os sinais geralmente claros e fáceis de observar:

3.1. Sinais de alerta mais fáceis de ver

  • Falando sobre morrer ou querer morrer
  • Falando sobre se sentir vazio, sem esperança ou sem saída para os problemas
  • Mencionando fortes sentimentos de culpa e vergonha
  • Falando sobre não ter um motivo para viver ou que os outros estariam melhor sem eles
  • Retirada social e isolamento
  • Distribuindo itens pessoais e resolvendo pontas soltas
  • Dizendo adeus a amigos e família

3.2. Fatores de risco de suicídio

O suicídio não discrimina. Qualquer pessoa de qualquer raça, sexo, idade ou nível socioeconômico pode sentir-se suicida em qualquer momento de suas vidas. Mesmo alguém que parece feliz ou “tem tudo” pode ser vulnerável ao suicídio.

No entanto, existem certos fatores de risco a serem considerados. Estas são situações, condições e outros fatores que colocam algumas pessoas em maior risco de se tornarem suicidas:

  • Ter uma doença mental, especialmente depressão, transtorno bipolar, transtorno de ansiedadeou transtorno de conduta e, especialmente, uma doença mental não tratada
  • Ter um transtorno de uso de substâncias
  • Estar gravemente doente, viver com uma doença crônica ou terminal ou sentir dores significativas de longo prazo
  • Situações de vida estressantes, especialmente aquelas que são prolongadas, incluindo bullying ou problemas de relacionamento
  • Situações repentinas estressantes ou traumáticas, como a perda de um ente querido
  • Ter sofrido trauma e abuso na infância
  • Ter acesso a meios letais
  • Ser exposto ao suicídio de outra pessoa
  • Tentativas de suicídio anteriores
  • Uma história familiar de suicídio

 

4- Ajudando a Sair da Situação

4.1. Escute sem julgamentos
Lembre-se de que a outra pessoa passa por problemas, tem sentimentos e perspectivas diferentes de você. Portanto evite frases como “não tem porquê fazer isso, tem gente que passa fome e mora na rua e não pensa em suicídio”.

4.2. Saiba ouvir
Evite puxar o foco da conversa para sua própria vida ou tentar oferecer soluções simples para os problemas da pessoa, desmerecendo seu sentimento.

4.3. Não pressione a pessoa a falar
Por mais que você queira ajudar, não tente forçar a pessoa a falar sobre os problemas. Respeite seu espaço e deixe claro que está disponível para quando ela precisar se abrir.

Você pode também indicar os serviços do Centro de Valorização da Vida disponíveis:

no site www.cvv.org.br  e no número de telefone 188.

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